quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Estudo Animal Liga Comportamentos Autísticos, Bacterias Intestinais Anormais E Intestino "Poroso"


Pesquisadores Melhoraram Comportamentos Autísticos Em Ratos Modelos Com Autismo Alimentando-Os Com Bacteroides Fragilis, Micróbio Que Ocorre Naturalmente No Trato Intestinal Humano Saudável.

Em ratos, infecções ou inflamações durante a gravidez podem produzir filhotes com autismo - comportamentos como evitar contato social, ansiedade e comportamentos repetitivos. Nesse novo estudo, os pesquisadores conseguiram reduzir estes comportamentos alimentando os ratos com bactérias que ocorrem naturalmente no intestino humano saudável. A pesquisa contribui para as evidências crescentes de haver uma conexão intestino-cérebro nos transtornos do espectro do autismo (TEA). Foi publicado hoje na revista Cell.

"Há provavelmente muita coisa ocorrendo fora do cérebro para alguns indivíduos com TEA", comenta Robin Ring, diretor chefe de Ciências da Autism Speaks. "Estudos que melhoram nosso entendimento dessas conexões cérebro-intestino" estão abrindo caminhos para inovações no tratamento para aqueles que querem ou precisam."

A Autism Speaks patrocinou a pesquisa com uma bolsa para a pesquisadora Elaine Hsiao e um prêmio para os pesquisadores sêniores Paul Patterson e Sarkis Mazmanian, todos do Instituto de Tecnologia da California.

Essas descobertas representam uma quebra de barreira na compreensão da ligação entre cérebro e intestinos nos TEA,"diz Paul Wang, vice-presidente para pesquisa médica da Autism Speaks. "Pesquisas prévias nos mostraram pistas sobre as diferenças no microbioma intestinal relacionadas ao autismo". Esses novos resultados dizem que precisamos investir em mais estudos em tratamentos relacionados ao sistema gastrointestinal."

No seu estudo, os pesquisadores usaram o modelo experimental de autismo para ratos MIA (maternal immune activation - ativação imunológica maternal). Estes ratos nascem de mães expostas a infeccáo viral durante a gravidez e mostram comportamentos semelhantes ao autismo. Ligações entre infecções e inflamações pré-natais e autismo tem sido relatadas para humanos também.

Os pesquisadores mostraram que os ratos MIW tinham flora bacteriana intestinal alterada e outras anormalidades intestinais, como defeitos na barreira entre o intestino e o fluxo sanguineo. Tal "vazamento" intestinal pode provocar inflamações quando as bactérias e outros conteúdos intestinais passam para o sangue.

De fato, os ratos MIA tinham altos níveis de subprodutos microbiológicos no sangue. Quando os pesquisadores administraram esses subprodutos em ratos normais, eles também começaram a mostrar comportamentos parecidos com os de autismo.

In the treatment stage of their study, the researchers fed the MIA mice Bacteroides fragilis, a microbe abundant in a healthy human intestinal tract. This significantly reduced the mice's autism-like behaviors as well as the leakiness of their guts.

No estágio "tratamento"do estudo, os pesquisadores alimentam os ratos MIA com Bacteroides fragilis, um micróbio abundante no trato intestinal humano normal. Isso reduziu significativamente os comportamentos parecidos com os de autismo, assim como a porosidade/vazamento intestinal.

"Juntos, essas descobertas fornecem forte apoio para uma conexão entre intestinos e cérebro neste modelo de autismo em rato", diz Dr. Wang. "Deve-se tomar cuidado, no entanto, em aplicar os resultados para seres humanos. Precisamos de mais estudos para determinar possíveis benefícios de terapia probiótica em pessoas com autismo. Baseados nessas descobertas os pesquisadores da Caltech estão trabalhando com colaboradores para avaliar este tratamento probiótico em ensaios clínicos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário