quarta-feira, 22 de maio de 2013

Dicas de Autodisciplina para Autistas

Do face da Ana Muniz
Gentileza Yuri Alexandre.

Um pai relata o conteúdo de um e-mail que recebeu de um psicólogo sobre o autismo. Ele diz que é um conselho que vale mil dólares, pois como é uma informação passada por um médico especializado na área, é uma informação que será dada por qualquer outro médico que cobre o que se cobra por esse tipo de atendimento, já que todos eles se baseiam nos mesmos livros.

Ele apresenta o e-mail como uma solução para contornar, e possivelmente vir a solucionar, o comportamento agressivo do seu filho quando ele se recusa a fazer as coisas sozinho, por iniciativa própria ou quando pedem para que ele faça alguma coisa.

Achei interessante pois mostra uma forma bastante simples de fazer o autista manter seu foco levando em conta o que mais lhe motiva. Ou seja, você trabalha a autodisciplina dele na mesma medida de sua boa disposição.

Ele costuma publicar vídeos no YouTube sobre o dia a dia dele com seu filho autista. É uma forma que existe, principalmente nos EUA, dos pais e interessados em trocar informações sobre seus problemas e buscarem soluções conjuntamente.

Segue a tradução da Ana Muniz abaixo:

Eu sempre me pergunto o que está acontecendo na cabeça dele. Como nesse momento. O que está chamando a atenção da sua mente? Ele tem esse olhar, esse olhar de que ele está procurando por alguma coisa mas ele não pode me dizer o que é.

Bom, vou ler o e-mail desse médico, que pode se aplicar a qualquer criança que tem autismo, que inevitavelmente terá problemas de comportamento. Ele diz…

“Greg, parece que todas as mesmas coisas que você descreveu no último encontro, os problemas que você está tendo, são as mesmas que tinha 1 ano atrás.

Se as coisas precisam mudar no longo prazo, vocês tem que levar tudo de uma forma só, o tempo todo.

Isso quer dizer que ele [seu filho autista] não conseguirá nada do que ele quiser sem fazer alguma coisa que você peça a ele primeiro.

Isso pode funcionar para todos os casos. Se ele quer que você encha o copo dele no jantar, tudo bem, você peça a ele que coma um pedaço de brócolis.

Ele quer que você leia uma história antes de dormir, ok, mas ele tem que vestir o pijama primeiro.

Ele quer ver um determinado programa de TV, tudo bem, mas ele tem que arrumar seu quarto primeiro.

O que é importante é essa ideia de sequência/continuação. [esse pensamento em série] Pois muito disso tem a ver com pessoas que não tem autismo e com a forma com que levam suas vidas.

O que você está pedindo para ele fazer antes tem que ser do mesmo “tamanho” ou requerir o mesmo esforço do que ele está pedindo para você fazer para ele.

Por exemplo, pegar um copo d’água não é uma tarefa grande nem nada, então você pede para ele abrir a porta para que o cachorro saia para o quintal.

Por outro lado, se ele quer sair para ir comer um lanche fora, coisa que vai tomar cerca de 20 a 30 minutos do seu tempo, você tem que fazer com que ele faça alguma coisa mais “difícil” do que só abrir a porta para que o cachorro saia para o quintal.

Ao invés disso, pedir para ele arrumar o quarto, ou guardar os brinquedos que ele deixou em cima da mesa, ou cumprir algum tipo de sequência de tarefas, seria algo que estaria no mesmo patamar.

Então, quanto mais ele pedir de você, maior será a tarefa que você irá exigir dele.

Esse é o segredo. Ele tem que aprender que para ele conseguir o que ele quer de você, ele tem que dar algo em troca. Isso é uma grande lição de vida que ele levará para o resto da vida.

(...)

Em casa, faça esse processo de “esperar primeiro” pelas coisas.

No começo, você pode pedir para que ele faça coisas bem fáceis do tipo “toque seu nariz e eu te dou seu copo d’água” ou “me diga quanto dá 1+1 e eu te deixo ver TV”.

Faça isso no começo, e só por pouco tempo, para ensiná-lo que é mais fácil fazer [por iniciativa própria] do que brigar."

Autismo | Autism
autismoazul.tumblr.com

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