segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Cientistas descodificam como o cérebro processa palavras

Cientistas americanos anunciaram ter descoberto a forma com que o cérebro ouve as palavras. Os investigadores afirmam que este é um grande avanço para ajudar pessoas que sofreram uma paralisia ou acidente vascular cerebral a voltar a comunicar com os outros.


De acordo com a BBC, a técnica, chamada ressonância magnética funcional, consiste em colocar eléctrodos no cérebro dos indivíduos submetidos ao estudo e, em seguida, pedir que escutem conversas. Dessa forma, os cientistas foram capazes de monitorizar o fluxo sanguíneo cerebral, para então analisar, através de um computador especial, as frequências de som registadas. Por fim, descodificaram as palavras e reconstruíram quais delas estavam a ser ouvidas.
A tecnologia de ressonância magnética funcional tem se mostrado promissora para a identificação de palavras ou ideias que alguém pode estar a pensar. Ao estudar os padrões de fluxo sanguíneo relacionados com imagens em particular, os cientistas mostraram que tais padrões podem ser usados para adivinhar as figuras que estão a ser pensadas naquele momento.

O cientista Brian Pasley e a sua equipa, do Instituto de Neurociência Helen Wills da Universidade Berkeley da Califórnia, concentraram-se numa área do cérebro chamada giro temporal superior (STG, na sigla em inglês). Esta ampla região não auxilia apenas uma parte do aparelho auditivo humano, mas também é uma das áreas responsáveis que nos ajudam a diferenciar os sons que ouvimos.
Ao identificar como e onde o cérebro regista os sons, os pesquisadores puderam gerar um mapa das palavras e recriá-las tal como foram escutadas. O truque foi desembaraçar o caos dos sinais eléctricos nas regiões cerebrais STG dos pacientes.

«Quando essa zona particular do cérebro está a ser activada, sabemos que corresponde aproximadamente a alguma frequência de som que o paciente está a ouvir naquele momento. Assim, pudemos criar um mapa que nos permite, até certo ponto, usar a actividade do cérebro para resintetizar o som pelas frequências que estamos a adivinhar», declarou Pasley.
Os autores do estudo alertam que a ideia de traduzir um pensamento está cada vez melhor e mais próxima de se tornar realidade. No caso da pesquisa dos sons cerebrais, essa informação poderia ajudar os cientistas, algum dia, a determinar o que as pessoas que não podem falar fisicamente querem dizer.

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