terça-feira, 23 de agosto de 2011

AUXÍLIO NA COMUNICAÇÃO


Andréa Simon

Imagine-se em um outro país com uma cultura, hábitos, língua diferentes. Como você se sentiria neste lugar onde não consegue se comunicar ou compreender os atos das pessoas que são bem diferentes dos seus? A sua primeira reação provavelmente seria a de tentar manter uma comunicação. Da mesma maneira o autista precisa encontrar um caminho para se comunicar e, com isso diminuir sua frustração, trabalhar a socialização e seu crescimento como ser humano.
Comunicação é uma área muito difícil para os autistas.

Algumas características dos autistas que dificultam a comunicação são: a distração, a dificuldade de processar instruções orais, manter atenção e organizar informações que estão recebendo. Também têm dificuldade de processar os cincos sentidos (tato, visão, audição, paladar, olfato) de uma só vez, ou mesmo de utilizar mais que um deles de cada vez. Esta inabilidade de ser compreendido afeta o comportamento podendo gerar maneiras inapropriadas para se comunicar como bater a cabeça, gritar, ou manter hábitos indicadores típicos do autismo.  Um exemplo: os pais podem compreender que andar de um lado para o outro quer dizer que ele necessita ir ao banheiro, mas para outras pessoas esta ação não terá um significado a ser imediatamente compreendido. Conseqüentemente, se você estabelecer uma maneira de manter a comunicação, poderá eliminar muitos problemas de comportamento.

Muitos autistas têm uma compreensão limitada do processo de comunicação ou nenhum tipo de compreensão. Ao escolher um método de comunicação é necessário que a meta usada seja a de possibilitar ao autista conquistar sua independência, encorajar iniciativa, estabelecer uma comunicação espontânea conseguindo expressar suas vontades, necessidades, pensamentos, sentimentos, em diferentes situações e com distintas pessoas. Se um autista consegue efetivamente conquistar a habilidade da comunicação antes de atingir os seis anos de idade, terá melhores condições de desenvolver a comunicação e se tornar um autista de bom funcionamento.

Maneiras de trabalhar a comunicação:

» Dar ênfase ao lado visual;
» Rotina;
» Criar situações nas quais o indivíduo tenha que fazer uma escolha entre um
   objeto; que gosta e um objeto que não gosta;
» Estabelecer uma meta de comunicação para cada atividade;
» Encorajar interação com outras crianças;
» Encorajar brincadeiras nas quais tenha que se revezar.

Encorajar a comunicação:

» Validar qualquer tipo de comunicação.
» Encorajar atividades que envolvam materiais como atividades físicas,
   movimentos, música (incorpore música e movimento nas atividades).
» Encorajar a iniciação de comunicação (não antecipe as necessidades. Controle
   aceso aos objetos preferidos).

Problemas motores podem resultar em dificuldades no desenvolvimento da fala indicando a necessidade de estabelecer uma maneira alternativa de comunicação. Esses sistemas não são desenvolvidos para substituir a fala, mas para servirem como suplementos e facilitar a verbalização em de uma maneira eficaz.

   » Gestos e apontar
   » Comunicação com objetos e fotos
   » Trocas de objetos ou fotos
   » Fotos de símbolos com palavras
   » Palavras e letras
   » Linguagem de sinais

Estes métodos alternativos de comunicação podem oferecer uma maneira de comunicação que seja apropriada e afetiva e, com isso, poderá ocorrer a aprendizagem.

   » Aprender o processo de comunicação.
   » Engajar em comunicação intencional para expressar vontades e necessidades
   » Experiência em trocar comunicação.

Apontar, gestos e birra podem ser apropriados para alguns. Comunicações mais simples são freqüentes para se poder começar uma comunicação funcional. Seja qual for o método de comunicação que você escolher, explicite-o, deixe-o sempre a mostra, faça com que ele seja reconhecido pelo autista.

   » Troca de objetos funciona bem para pessoas que não apontam, que têm
   problemas de visão ou têm dificuldades com fotos (as fotos muitas vezes são
   abstratas no começo e podem ser usadas coladas em um objeto por elas   
   representado - Exemplo: em um copo, colar a foto de um copo do PECS para
   pedir água). Uma maneira de introduzir esse método é criando uma caixa de
   objetos que a pessoa pode usar quando desejar pedir ou comunicar algo. A caixa
   poderá ser dividida em quatro ou mais divisões e as fotos separadas por classes
   (Exemplo: brinquedos; comidas; utensílios, etc.).

   » Fotos (PECS) podem ser arrumadas em um fichário ou roteiro colocados na
   parede. Este sistema oferece o suporte visual necessário. (Pesquisas provam que
   este sistema e a linguagem de sinais também facilitam o desenvolvimento da
   fala, quando usados corretamente, para não criar dependência).

   » A linguagem de sinais tem sido usada não só para surdos e mudos, mas
   também para pessoas com problemas de comunicação. Pode ser usada para
   cada palavra que você diz ou para palavras especificas que deseja acentuar. Este
   método tem sido uma maneira bem afetiva de ensinar comunicação e manter a
   atenção. Deve ser usado com consistência: em casa, na escola e nas atividades
   diárias.

   » Estimule o individuo a fazer qualquer barulho para pedir algo. Então você dará   
   o que ele deseja. Com isso, aos poucos ele descobrirá a importância de usar as
   palavras. Exemplo: "bis" para biscoito (coloque o biscoito em um lugar que ele
   não tenha acesso) faça de conta que não compreende o que está sendo pedido
   até que ele use o som "bis" (ao dar o biscoito fale "biscoito"). Quando começar a
   usar o "bis" para biscoito ensine outro som para representar outra coisa. Depois
   da criança aprender umas dez palavras aproximadamente e começar a falar
   claramente (não necessita ser perfeito), articule palavras até que ela comece a
   usar duas palavras juntas ("quero biscoito").

Fontes usadas:

TWACHTMAN-CULLEN, Diane. Autismo Asperger´s Digest Future Horizons. Arlington TX,  março/abril 2004, páginas, 15/ 31.

ERNSPERGER, Lori. Autism Asperger´s Digest Future Horizons. Arlington, Tx, julho/agosto 2003, p. 24.

FOCUSE, Beth & WHEELER, Maria. A tresure chest of behavioral strategies for Individual with autism. Arlington TX, Future-Horizons, 1997.

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