terça-feira, 28 de junho de 2011

Autistas teriam dificuldade de excretar o mercúrio

Paulo Marcio Vaz
 
Especialistas brasileiros receberam com ressalvas a divulgação do resultado de uma pesquisa ainda não concluída – realizada pelo Instituto Nacional de Saúde Ambiental do governo norte-americano – sobre o autismo. O estudo aborda a relação entre o diagnóstico de autismo e a presença de mercúrio no organismo de crianças portadoras da síndrome, e afirma que a quantidade do metal pesado encontrada no organismo de crianças autistas seria similar à registrada em crianças saudáveis.
 
No entanto, a grande questão, segundo a médica Simone Pires, especializada no tratamento de autistas em São Paulo, é a incapacidade de os autistas excretarem de maneira adequada o mercúrio e outros metais pesados, o que não acontece com crianças normais.
– A presença de metais pesados no organismo é relativamente comum, por causa do contato diário com alimentos e produtos que contém as substâncias – explic a Simone.
– O problema é que os autistas não conseguem excretar esses metais adequadamente, provocando o cúmulo no organismo.
 
A bióloga Eloah Antunes, vicepresidente da Associação em Defesa do Autista e mãe de Luan, um menino de oito anos, portador da síndrome, concorda: – A presença de mercúrio no organismo de qualquer ser humano não é novidade. O que precisa ficar claro é que as pessoas normais, incluindo as crianças, conseguem se livrar do metal com facilidade. Já os autistas não tem essa capacidade.
 
Entre as mais importantes formas de contaminação com mercúrio estão o consumo de peixe, a presença de obturações dentárias à base de amálgama e as vacinas e medicamentos contendo timerosal.
A pesquisa norte-americana divulgada ontem, mas ainda em andamento, analisa um grupo de mais de 400 crianças, com idades entre 2 e 5 anos e com diagnóstico de autismo clássico, manifestações leves e aquelas cons ideradas normais.
 
Após dosarem os níveis de mercúrio encontrados no sangue das crianças, a conclusão foi a de que não há diferença entre os níveis de mercúrio no organismo das crianças autistas quando comparadas com as crianças normais.

Sábado, 31 de Outubro de 2009

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